De onde tirar motivação?

Abaporu - Tarsila do Amaral

Abaporu - Tarsila do Amaral

Acordar, tomar café, ir trabalhar, almoçar, trabalhar, voltar para a casa... entre as idas e vindas, escovar os dentes, tomar banho, jantar, dormir... enfim, a vida é feita de rotinas.

Chega um momento na vida de algumas pessoas em que a rotina começa a matar a motivação. Nessas horas, como fazer para virar o jogo? Veja nesse post algumas dicas pra você se motivar, sem depender de fatores externos.

Fatores externos

Algumas pessoas já pulam da cama bem-dispostas, outras nem tanto. Essas últimas costumam acreditar que a ação de outras pessoas e o ambiente externo são as responsáveis pela sua motivação (e até pela sua felicidade), e não o contrário.

A verdade é que ações externas interferem sim em nosso dia a dia, mas a motivação é algo que nasce sempre dentro de nós. A maneira como percebemos a realidade define a forma como nos sentiremos a seguir.

A tal da história do copo meio cheio ou meio vazio... todos nós a conhecemos. E ela é totalmente verdadeira. Mas a grande maioria das pessoas enxerga os fatores externos como o fiel da balança.

Fatores internos

Como agem os fatores internos? Para entender, vamos analisar os três subfatores que estão ligados ao eu interno: fatores sociais, fatores físicos e fatores mentais.

Fatores Sociais: o ser humano é um ser sociável. Portanto, viver e sentir-se fazendo parte de algo está dentro de nós. Existe também a troca, o aprendizado. Quem se sente só (ou está realmente só) não troca, não cria novos sentidos, não cria interdependência.

Fatores Físicos: aqui nos referimos à saúde física propriamente dita. Dores, doenças, enfermidades e outras questões ligadas ao bem-estar fisiológico de cada um estão englobadas nesse fator. Todo mundo sabe que nada atrapalha mais a vida do que não ter saúde.

Fatores Mentais: acreditamos que este é o centro da questão. Primeiro, porque é sabido que a falta de saúde mental é a causa de inúmeras doenças fisiológicas e de diversos distúrbios e inabilidades sociais. Mas, sobretudo, porque o os fatores mentais são aqueles que em última análise determinam nossa motivação, já que nossas experiências são sempre avaliadas de dentro para fora. O que é ruim pra mim, pode ser ótimo para outra pessoa e vice-versa.

No entanto, como gerenciar esses fatores da melhor forma possível?

Trazendo a motivação à tona

1. Fique insatisfeito.

O primeiro passo é sair do papel de expectador. Se tudo está ok para você, dificilmente você vai se mexer.

A motivação está ligada a um certa insatisfação com o estado das coisas, um inconformismo – no melhor dos sentidos.

Nós acordamos todo dia para tornar algo melhor, para contribuirmos com o ciclo da vida, para causar algum impacto ou para fazer algo que terá valor para alguém (além de, evidentemente, fazer coisas que tem valor pra nós).

2. Crie sentido.

Talvez o ponto fundamental da motivação seja a palavra sentido, que usamos tanto aqui na Polifonia – principalmente no Módulo com mesmo nome do curso VOZ.

Para existir motivação, tem que haver um sentido, um propósito (cujo significado etimológico, diga-se de passagem, não é “razão de existir”, mas “lugar à frente”).

Aonde você quer chegar? Qual é o seu sentido, sua direção? E como é sua bússola para verificar se está no caminho certo?

Quais sentidos você vai criar nesse caminho, ou seja, como vai se comunicar e como vai sensibilizar as pessoas? Que (novos) significados serão criados?

Responda essas perguntas e estará mais perto de uma motivação intrínseca.

3. Viva o presente.

Procure viver o aqui, agora e não ficar remoendo o que já passou, nem fritando o que fará a seguir.

A habilidade da presença é considerada pela THNK School of Creative Leadership como a habilidade de liderança mais importante.

É a capacidade de estar atento ao contexto e às pessoas envolvidas em um determinada situação e de tirar o melhor que cada momento tem para oferecer. Só desta forma somos capaz de aferir se estamos seguindo o caminho correto ou não.

No fim das contas conseguimos eliminar sentimentos como ansiedade e preocupação, e ter uma qualidade de vida muito melhor. Práticas como meditação ou Mindfulness podem te apoiar bastante nesse processo.

4. Se proteja.

Filtrar as informações que recebemos também é um bom começo.

Somos continuamente bombardeados com todos os tipos de informação, a grande maioria de baixa qualidade.

A distrações fúteis e os problemas do mundo muitas vezes também nos desmotivam. Priorize estímulos que sejam menos fugazes e mais duradouros, ideias que sejam menos superficiais e mais profundas, relações que sejam mais qualitativas e menos quantitativas.

5. Reflita.

Além de viver o presente, reflita sobre ele. Nunca construa juízos imediatos sobre sua vida e o mundo. A capacidade de perceber as coisas relacionadas em um tempo e espaço um pouco mais amplo chama-se Pensamento Sistêmico, e é uma das capacidades mais fundamentais do nosso século.

Também reflita sobre questões básicas de coaching:

  • Qual é o seu nível de satisfação com sua vida atual?

  • Qual pequeno próximo passo você pode dar em direção a um nível de satisfação mais alto?

  • Que obstáculos posso ter que lidar no caminho?

  • O que farei para lidar com eles?

 E, pra acabar...

Autoconhecimento é a chave pra motivação. Quanto mais crenças você tiver sobre si mesmo, menos você se conhece. Esta equação é infalível!

Se autoconhecer é continuamente desafiar todas as “verdades” sobre si mesmo e sobre o mundo, e estar aberto para o novo, mesmo que ele cause medo.

E, se tudo falhar, tente se lembrar de algum momento em que se sentiu motivado (pode ser até na infância). Como se sentiu? O que estava vivendo naquele momento? Por que se sentia daquela forma?

Tente criar condições para que se sinta dessa forma de novo. Por que abandonar algo que preenchia sua vida com tanto sentido?

Pare de escutar tanto os outros e abra um canal de escuta para a sua voz interior que todos os dias é calada por um mundo que sempre diz o que você tem que fazer, mas nunca te pergunta o que você gostaria de fazer.

O que achou do post? Mande seus comentários.

E saia do lugar comum!