Liderança Criativa: o novo protagonismo

Chorinho, Candido Portinari

Chorinho, Candido Portinari

Em um mundo cada vez mais competitivo, já não é mais novidade que as empresas tenham que se reinventar completamente.

E, nesse contexto, o papel do líder é fundamental para realizar as transformações exigidas pelo atual cenário. Afinal de contas, não basta um líder “somente” engajar e inspirar a sua equipe – já que o cenário é de mudança exponencial.

O líder atual  deve, antes de mais nada, transformar suas equipes, para que elas possam se adaptar ao mundo em transformação e, então, navegar nesse ambiente com mais assertividade e coerência.

A seguir, vamos refletir um pouco sobre alguns conceitos relacionados e ver se conseguimos construir uma definição geral sobre o que é uma liderança criativa.

Mas, afinal, o que é liderança?

OK, vamos primeiro analisar o conceito de liderança. Se você “googlar”, vai encontrar alguns textos pragmáticos sobre o assunto que não nos interessam muito.

Biografias, ações e empreendimentos, quando dignos de reflexão, ensinam muito mais nesse âmbito do que teorias e conjecturas.

Por sinal, existem milhões de livros sobre o tema e quase nenhum consenso sobre qual forma de liderar é mais efetiva, o que nos leva a concluir que liderança tem a ver com contexto.

O que já funcionou em um ambiente pode não funcionar em outro. As habilidades e atitudes mais necessárias em um contexto, podem ser as mais nocivas em um outro. Um ótimo técnico de futebol pode ser o pior gestor em uma ONG que o terceiro setor já viu. Um excelente líder na área financeira pode ser o pior político que o mundo já viu. E vice versa.

O conceito de liderança parece compreender, em quase todas as acepções, desde a capacidade que uma pessoa tem de inspirar e atrair seguidores até sua capacidade de influenciar (de forma positiva), conduzir, guiar ou orientar outras pessoas para se atingir um propósito comum.

Já a palavra liderança é neutra no sentido de valor, pois etimologicamente significa apenas “guiar, conduzir”. Porém, na nossa cultura ela já vem carregada da ideia de alguém que “está acima de alguém”, uma conotação muito negativa para nós.

Acreditamos que a palavra protagonismo (cujo sentido etimológico é “lutar à frente”) ilustra melhor a figura do líder, sobretudo o criativo, designando aquele/a que está à frente de e não acima de, aquele/a que se sacrifica por todos que “vêm atrás” e lidera por inspiração, legitimidade e porque está exercendo nada menos do que sua maestria pessoal, aquilo o que faz de melhor.

Bom, agora que temos uma introdução sobre o espinhoso tema da liderança, vamos falar um pouco sobre a intersecção com criatividade?

A liderança criativa como o ideal de liderança

A coisa mais linda sobre liderança criativa é que ela nunca está pronta, nem definida. Está sempre em construção, em constituição e está sempre para ser reinventada, ressignificada.

O/A líder criativo/a parte do pressuposto de que nada está dado a não ser que antes possamos experimentar e testar, compreendendo os recursos e as individualidades dentro da equipe e como interrelacioná-las.

Ele/a cria não só um ambiente inovador, mais divertido, motivador e afeito à experimentação (consequentemente, a uma maior aceitação ao erro e tomada de risco), mas, principalmente, respeita o direito de cada um ser o mais espontâneo possível.

Isso não é ser bonzinho, é a única forma de fazer as pessoas performarem em altíssimo nível, além de criar um excelente ambiente de trabalho, com autonomia, proatividade, responsabilização (accountability), identificação e solução de problemas e todos os atributos que os CEOs dizem que seus times precisam, mas não sabem como desenvolver.

Nesse contexto, a liderança criativa vai desde a criação de uma visão compartilhada, do desenvolvimento individual de cada um dos membros até a promoção de um mindset que exalte a experimentação, a tentativa e a aprendizagem com o erro.

Aqui, é essencial o inconformismo com o status quo, o bom relacionamento entre a equipe (diálogo, escuta e empatia) e o foco nos resultados.

E, pra acabar...

É fundamental que a liderança criativa seja vista como uma competência estratégica para as empresas. Se não houver uma estratégia bem traçada e direcionada, não há espaço para a inovação.

Assim, para aquelas companhias que ainda pretendem realizar mudanças de cultura e de ambiente, fica aqui a dica: criatividade, inovação e estratégia devem sempre andar juntas.

Afinal, o sucesso das organizações mais poderosas da atualidade passam pela identificação de oportunidades que antes estavam ocultas aos olhos da maioria.

Liderança criativa é saber olhar. É saber se sensibilizar às possibilidades do mundo.

Quer se desenvolver como líder criativo ou quer que alguém do seu time faça isso? Vem com a gente.

Polifonia